sexta-feira, 6 de maio de 2011

Aceitei o desafio!

Dia 3 de maio de 2001 recebi, ou melhor, li um e-mail de um amigo que me envia muita bobagem interessante. E, desta vez, a bobagem era um desafio muito interessante: "21 dias sem reclamar".

O texto curto de Paulo Roberto, contido na página: http://papodehomem.com.br/21-dias-sem-reclamar/, fala um pouco dos benefícios de não se reclamar, já que a simples reclamação não leva a nenhuma melhora. Ao final ele lança ao leitor o desafio que ele aceitou, depois meu amigo também e eu topei na hora.

Apesar de ter começado imediatamente o desafio, resolvi iniciar a contagem dos dias a partir do momento em que levantasse no dia seguinte, 4 de maio. Portanto, vou terminar no dia 24 de maio. É isso que pretendo relatar a seguir e atualizar o maior número de vezes por semana, para não esquecer detalhes importantes.

Primeiro Dia, 4 de maio, quarta-feira.
Acordei cedo para fazer musculação antes do trabalho, enquanto minha esposa ficou dormindo. Foi fácil não reclamar, afinal evito conversar com as pessoas na academia, neste horário ou acabo me atrasando para o trabalho. O desafio começou mesmo no trabalho!
Depois de um "bom dia" e um aperto de mão em cada um dos colegas, o hábito dos trabalhadores da minha seção (nos quais me incluo) era reclamar de algum conhecido, do time, de um superior ou do tempo, entre outras coisa. Mas sempre reclamar! Acabei reparando que puxar conversa, no meu trabalho, quase sempre é sinônimo de reclamar!
A minha reação a essa constatação foi de não entrar no assunto o que me deixou mais calado que de costume. Então, para evitar cair na tentação, busquei tarefas para trabalhar sozinho o maior tempo possível. Deu certo! Acabei adiantando o serviço, escutando poucas reclamações dos colegas e acredito não ter pronunciado nenhuma reclamação, apesar de ter pensado reclamações como: "lá vem ele reclamar de novo!", "vai reclamar lá longe!" etc. Foi um pouco difícil, mas o saldo foi positivo.
Em casa, entrei na internet e assisti ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=nRZVxAWb8A4&feature=player_embedded, que é baseado no texto "Tudo depende de mim" atribuído a Charlie Chaplin. O texto é muitíssimo inspirado e inspirador para quem quer evitar a reclamação, tanto que enviei imediatamente o link àquele meu amigo que me mandou o desafio.
À noite acompanhado de minha esposa, fui fazer duas aulas que adoro: Dança de Rua com David Aniball (o professor gorducho que mais dança no mundo, além de ser muuuuuito alto astral) e SwáSthya Yôga com Vanessa Baroni (uma super instrutora que me ajuda no equilíbrio físico e mental). Depois de aulas como estas, não me lembro de ter qualquer motivo de queixa! Comecei a pensar em redigir um diário dos "21 dias sem reclamar".

Segundo Dia, 5 de maio, quinta-feira
Acordei cedo para trabalhar. Não fiz musculação, porque tinha que entrar mais cedo no trabalho para uma atividade diferente da minha rotina: 24 horas de serviço de segurança armada ao quartel. Foi muito difícil evitar reclamações e queixas! O meu companheiro de serviço não falava 3 palavras se 4 delas não fosse de queixas e reclamações ou de falar mal de alguém! (Percebam que isto é uma reclamação que eu não pude evitar, pois, só de lembrar a situação, tenho vontade de explodir, mas garanto que continuo me policiando para não reclamar nem por escrito ou em pensamentos). Resisti bravamente ao ataque insistente daquelas palavras, frases e discursos de reclamações e queixas. Primeiro, evitei responder ou continuar no assunto que ele puxava. Depois procurava pretextos para me afastar. Quando era obrigado a me aproximar dele outra vez, tomava a iniciativa de dizer algo positivo do tipo: "que bom que o serviço está tranquilo hoje!" ao que ele respondia com toda a sua positividade peculiar: "eu tenho medo quando isso acontece, porque a tendência é piorar."
À noite, eu estava com a cabeça pesada, um cansaço mental incrível e uma sonolência quase irresistível pouco depois das 22 h. Eu havia sido vampirizado e acabei passando minhas queixas do plano mental ao plano sonoro, pronunciando algumas frases de reclamação. Ao perceber isso me senti derrotado no segundo dia do desafio. Que sensação horrível! Mas finalmente pude me afastar da má influência durante algumas horas de sono.

Terceiro Dia, 6 de maio, sexta-feira
Acordei tão cedo quanto nos dias anteriores, mas no quartel e com muito menos disposição (costumo acordar bem disposto, mesmo no quartel). Meu "estoque de conversas positivas" estava esgotado, tanto quanto eu. Coloquei minha farda novamente e desci do alojamento para completar as últimas horas de serviço de segurança do quartel. Terminei minhas as burocracias enquanto via os colegas que entravam para iniciar o expediente normal. Entretanto o que me interessava mesmo era que a rendição chegasse logo. Felizmente essa espera não pareceu tão longa apesar de durar algumas horas, porque o companheiro "Urubulino" também ficou muito tempo cuidando da própria burocracia e falou pouco.
O meu astral começou a mudar no momento em que escutei o passo cadenciado dos butes da equipe de serviço que ia nos render. Para minha surpresa, escutei a voz do "Sargento Urubulino" pronunciar a seguinte frase que designava alegria: "este som é música para os meus ouvidos!". Eu tive que aproveitar a deixa e reforçar a alegria que nos tomava: "Isso também me deixa muito feliz! Nada é mais importante que essa alegria que estamos sentindo agora!". Depois disso ele foi capaz de pronunciar algumas palavras de contentamento para então retornar ao seu discurso de insatisfação depressiva. Mas agora eu tinha um fio de esperança para me agarrar: ele conseguiu emitir frases de alegria, mesmo que para ele aquilo fosse uma reclamação do serviço! A partir daí meu "estoque de conversas positivas" se renovou e a minha moral começou a se elevar de novo. A minha alegria foi retornando e chegou ao auge quando entreguei o armamento e pude, finalmente, me livrar completamente do vampiro energético.
Voltei para minha seção de trabalho, onde cumpri o expediente, trabalhando com energia renovada, apesar de continuar ouvindo algumas queixas. Mas nada se compara a um dia inteiro com o "Urubulino".
Voltei para casa, onde resolvi criar esse diário dos 21 dias sem reclamar.
A noite de hoje só vou poder contar depois que acontecer...
(continua)

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