terça-feira, 24 de maio de 2011

20° e 21° Dias

Vigésimo e Vigésimo Primeiro Dias, 23 a 24 de maio, segunda e terça
Para finalizar este blog, diário de uma experiência de 21 dias, queria dizer que, realmente, foi muito bom tentar ficar sem reclamar.
Estes últimos dias do desafio foram extremamente proveitosos, pois, como já disse, no domingo tive uma contratura muscular na região lombar que me deu muita vontade de reclamar, mas eu resisti (não só no domingo, mas ontem e hoje também) e me senti mais fortalecido neste final de desafio.
O segredo de não reclamar parece ser a substituição de reclamação pela ação que transforma a situação.
Ainda não parei de reclamar, mas estou no caminho certo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

18° e 19° Dias

Décimo Oitavo e Décimo Nono Dias, 21 a 22 de maio, sábado e domingo
Como no outro fim de semana, foi mais fácil não reclamar que nos outros dias. Porém, acho que estes últimos dias serão os mais desafiadores, pois hoje tive uma contratura muscular na região lombar, que mesmo com a medicação não para de doer. Como encontrar o lado bom de uma dor forte?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

13° a 17° Dias

Décimo Terceiro, Décimo Quarto, Décimo Quinto, Décimo Sexto e Décimo Sétimo Dias, 16 a 20 de maio, segunda a sexta
Apesar de eu ter reclamado um pouco (muito pouco) durante estes dias, foi bem mais prazeroso que os anteriores, afinal, ao invés de focar na reclamação, eu foquei na ação que transforma a situação. Só de pensar que existe essa ação, eu já fico mais animado. E saber que essa ação pode ser feita por mim e, mesmo que dependa de outras pessoas, eu posso mobilizá-las com minhas palavras e atos, é muitíssimo estimulante. Agora só falta a ação para completar a tríade: pensar, falar, agir. E mudar minha vida só necessita disto!

domingo, 15 de maio de 2011

11° e 12° dias

Décimo Primeiro e Décimo Segundo Dias, 14 a 15 de maio, sábado e domingo
No fim de semana é muito mais fácil ficar sem reclamar. Ficar longe de reclamadores crônicos torna a tarefa bem mais leve. Nestes dois dias não me lembro de ter reclamado, ou melhor, de ter pronunciado queixas. Mas só me lembro de reclamar em pensamento uma vez. Assim eu fico mais animado pra continuar o desafio. Sei que durante os dias de trabalho é mais difícil, mas lembrando que já havia ficado alguns dias sem reclamar no trabalho, eu acredito que eu posso vencer. E com força de vontade, além de não reclamar, vou passar a falar positivamente. Não quero virar "Poliana" que se aliena das coisas erradas ou ruins, mas no momento em que eu vir essas coisas e resolver reclamar, vou substituir a queixa por ação que transforme a situação.
Vamos à ação!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Do 6° ao 10° dias

Sexto, Sétimo, Oitavo, Nono e Décimo Dias, 9 a 13 de maio, segunda a sexta
Que coisa difícil, ficar sem reclamar! Até constatar isso já é uma reclamação! Como se faz isso sem deixar de falar, pensar, escrever ou se comunicar em geral? É possível? Me diz como. Trabalho num lugar onde tudo que se comenta, fala, escreve e pensa é reclamação. Não pense que estou desistindo, mas apenas no 1° e no 5° dia desta experiência eu fiquei sem reclamar. Será que vale só a intenção? Ou só vale se os 21 dias forem mesmo sem nenhuma queixa? Eu vou continuar tentando, mesmo porque no segundo dia eu vi como é chato estar acompanhado de um "reclamão" compulsivo. PUTA QUE O PARIU! Que coisa irritante, principalmente quando se quer deixar de reclamar. Parece até quando o gordo começa a dieta e todo mundo oferece a ele uma feijoada ou aquela bomba de chocolate que ele adora e está proibido de comer. Chega uma hora que não dá pra resistir. No trabalho os meus colegas sempre oferecem a "mancada do chefe", a "ordem de última hora do Diretor", o "vacilo do soldado" e um cardápio bem variado de reclamações para a nossa degustação. Mesmo que você ofereça um saboroso "que bom que amanhã sai o pagamento", alguém devolve na hora um azedo "o meu já está gasto desde a semana passada". O lado negativo acaba prevalecendo. Acho que a arma que devo usa é a cada reclamação, procurar o lado positivo e falar ao reclamão. Se ele não começar a enxergar um lado bom, pelo menos eu vou estar fortalecendo a minha visão positiva do mundo.
Mas pra terminar bem este relato eu lembro que hoje tem aula de dança de rua com o David Aniball. Que bom que não vou precisar mais reclamar hoje!

domingo, 8 de maio de 2011

Noite do dia 6 e dias 7 e 8 de maio

Terceiro Dia, 6 de maio, sexta-feira (noite)
Saí para a balada e quase reclamei da quantidade de voltas que tivemos que dar antes de estacionar o carro, mas de resto não me lembro de ter vontade de me queixar. No início da madruga já estava em casa dormindo.


Quarto Dia, 7 de maio, sábado
Acordei cerca de 9 h  tomei café e fui para a primeira aula de uma oficina de voz que começaria às 10. Cheguei na porta clube onde o evento ocorreria às 9:50 h. Eu achava que o clube abria antes das 10 h e cheguei antes para pagar a taxa que efetivaria a inscrição. Tive que esperar que o clube abrisse, mas não reclamei. A espera para o pagamento durou mais de meia hora e só estou reclamando aqui, por escrito. Quando a moça do caixa me atendeu falou que eu estava atrasado para o início da aula, vê se pode! Eu respirei fundo para me acalmar e expliquei que só havia recebido o e-mail de confirmação no dia anterior à noite e lembrei que o clube abriu às 10 e que o atendimento do caixa demorou muito, mas eu havia chegado às 9:50 h. A oficina foi muito boa, mas acabou e eu tive que me queixar!
Às 18:30 fui para o ensaio da minha nova peça. Foi ótimo e eu não precisei reclamar.
Voltei pra casa cansado e dormi cedo.


Quinto Dia, 8 de maio, domingo
Passei o dia todo em casa fazendo só o que queria! Vou reclamar de quê?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Aceitei o desafio!

Dia 3 de maio de 2001 recebi, ou melhor, li um e-mail de um amigo que me envia muita bobagem interessante. E, desta vez, a bobagem era um desafio muito interessante: "21 dias sem reclamar".

O texto curto de Paulo Roberto, contido na página: http://papodehomem.com.br/21-dias-sem-reclamar/, fala um pouco dos benefícios de não se reclamar, já que a simples reclamação não leva a nenhuma melhora. Ao final ele lança ao leitor o desafio que ele aceitou, depois meu amigo também e eu topei na hora.

Apesar de ter começado imediatamente o desafio, resolvi iniciar a contagem dos dias a partir do momento em que levantasse no dia seguinte, 4 de maio. Portanto, vou terminar no dia 24 de maio. É isso que pretendo relatar a seguir e atualizar o maior número de vezes por semana, para não esquecer detalhes importantes.

Primeiro Dia, 4 de maio, quarta-feira.
Acordei cedo para fazer musculação antes do trabalho, enquanto minha esposa ficou dormindo. Foi fácil não reclamar, afinal evito conversar com as pessoas na academia, neste horário ou acabo me atrasando para o trabalho. O desafio começou mesmo no trabalho!
Depois de um "bom dia" e um aperto de mão em cada um dos colegas, o hábito dos trabalhadores da minha seção (nos quais me incluo) era reclamar de algum conhecido, do time, de um superior ou do tempo, entre outras coisa. Mas sempre reclamar! Acabei reparando que puxar conversa, no meu trabalho, quase sempre é sinônimo de reclamar!
A minha reação a essa constatação foi de não entrar no assunto o que me deixou mais calado que de costume. Então, para evitar cair na tentação, busquei tarefas para trabalhar sozinho o maior tempo possível. Deu certo! Acabei adiantando o serviço, escutando poucas reclamações dos colegas e acredito não ter pronunciado nenhuma reclamação, apesar de ter pensado reclamações como: "lá vem ele reclamar de novo!", "vai reclamar lá longe!" etc. Foi um pouco difícil, mas o saldo foi positivo.
Em casa, entrei na internet e assisti ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=nRZVxAWb8A4&feature=player_embedded, que é baseado no texto "Tudo depende de mim" atribuído a Charlie Chaplin. O texto é muitíssimo inspirado e inspirador para quem quer evitar a reclamação, tanto que enviei imediatamente o link àquele meu amigo que me mandou o desafio.
À noite acompanhado de minha esposa, fui fazer duas aulas que adoro: Dança de Rua com David Aniball (o professor gorducho que mais dança no mundo, além de ser muuuuuito alto astral) e SwáSthya Yôga com Vanessa Baroni (uma super instrutora que me ajuda no equilíbrio físico e mental). Depois de aulas como estas, não me lembro de ter qualquer motivo de queixa! Comecei a pensar em redigir um diário dos "21 dias sem reclamar".

Segundo Dia, 5 de maio, quinta-feira
Acordei cedo para trabalhar. Não fiz musculação, porque tinha que entrar mais cedo no trabalho para uma atividade diferente da minha rotina: 24 horas de serviço de segurança armada ao quartel. Foi muito difícil evitar reclamações e queixas! O meu companheiro de serviço não falava 3 palavras se 4 delas não fosse de queixas e reclamações ou de falar mal de alguém! (Percebam que isto é uma reclamação que eu não pude evitar, pois, só de lembrar a situação, tenho vontade de explodir, mas garanto que continuo me policiando para não reclamar nem por escrito ou em pensamentos). Resisti bravamente ao ataque insistente daquelas palavras, frases e discursos de reclamações e queixas. Primeiro, evitei responder ou continuar no assunto que ele puxava. Depois procurava pretextos para me afastar. Quando era obrigado a me aproximar dele outra vez, tomava a iniciativa de dizer algo positivo do tipo: "que bom que o serviço está tranquilo hoje!" ao que ele respondia com toda a sua positividade peculiar: "eu tenho medo quando isso acontece, porque a tendência é piorar."
À noite, eu estava com a cabeça pesada, um cansaço mental incrível e uma sonolência quase irresistível pouco depois das 22 h. Eu havia sido vampirizado e acabei passando minhas queixas do plano mental ao plano sonoro, pronunciando algumas frases de reclamação. Ao perceber isso me senti derrotado no segundo dia do desafio. Que sensação horrível! Mas finalmente pude me afastar da má influência durante algumas horas de sono.

Terceiro Dia, 6 de maio, sexta-feira
Acordei tão cedo quanto nos dias anteriores, mas no quartel e com muito menos disposição (costumo acordar bem disposto, mesmo no quartel). Meu "estoque de conversas positivas" estava esgotado, tanto quanto eu. Coloquei minha farda novamente e desci do alojamento para completar as últimas horas de serviço de segurança do quartel. Terminei minhas as burocracias enquanto via os colegas que entravam para iniciar o expediente normal. Entretanto o que me interessava mesmo era que a rendição chegasse logo. Felizmente essa espera não pareceu tão longa apesar de durar algumas horas, porque o companheiro "Urubulino" também ficou muito tempo cuidando da própria burocracia e falou pouco.
O meu astral começou a mudar no momento em que escutei o passo cadenciado dos butes da equipe de serviço que ia nos render. Para minha surpresa, escutei a voz do "Sargento Urubulino" pronunciar a seguinte frase que designava alegria: "este som é música para os meus ouvidos!". Eu tive que aproveitar a deixa e reforçar a alegria que nos tomava: "Isso também me deixa muito feliz! Nada é mais importante que essa alegria que estamos sentindo agora!". Depois disso ele foi capaz de pronunciar algumas palavras de contentamento para então retornar ao seu discurso de insatisfação depressiva. Mas agora eu tinha um fio de esperança para me agarrar: ele conseguiu emitir frases de alegria, mesmo que para ele aquilo fosse uma reclamação do serviço! A partir daí meu "estoque de conversas positivas" se renovou e a minha moral começou a se elevar de novo. A minha alegria foi retornando e chegou ao auge quando entreguei o armamento e pude, finalmente, me livrar completamente do vampiro energético.
Voltei para minha seção de trabalho, onde cumpri o expediente, trabalhando com energia renovada, apesar de continuar ouvindo algumas queixas. Mas nada se compara a um dia inteiro com o "Urubulino".
Voltei para casa, onde resolvi criar esse diário dos 21 dias sem reclamar.
A noite de hoje só vou poder contar depois que acontecer...
(continua)